O Vôo do Rato

Um amigo, comandante e instrutor de muitos comandantes de empresas aéreas, nacionais e internacionais, me enviou um material interessante, que não pude deixar de adaptá-lo e compartilhá-lo com todos vocês. Então vamos lá, apertem os cintos.

Um jovem e talentoso comandante, nas horas vagas pilotava seu pequeno e frágil monomotor, quase uma relíquia da segunda guerra mundial, mas que nas mãos deste jovem comandante ainda  voava bem.

Numa destas viagens, em pleno vôo, ouviu um ruído estranho debaixo de seu assento. Incomodado, vasculhou com seu olhar de águia a cabine de comando e viu um rato que roia alucinadamente uma mangueira que dava sustentação para o avião permanecer nas alturas.

Naquele momento, pensou quais as alternativas viáveis para equacionar aquele incomodo problema. Retornar ao aeroporto? Caçar aquele incômodo acompanhante?
Rapidamente lembrou-se de que devido à altura o rato morreria sufocado.

Então, o nosso jovem comandante voou o mais alto que podia e à medida que subia notou que o ruído acabara, não colocando mais em risco seu vôo e podendo chegar no local planejado.

Nas organizações também existem muitos ratos que estão sempre prontos para roer as “mangueiras”que dão sustentação aos dirigentes competentes.

Portanto se alguém o ameaçar: voe cada vez mais alto!
Se alguém o criticar por criticar: voe cada vez mais alto!
Se alguém o invejar: voe cada vez mais alto!
E, por fim, se alguém o injustiçar: voe cada vez mais alto!

Sabe por quê?
Os ameaçadores, críticos, invejosos e injustos são iguais aos ratos. . . não resistem às grandes alturas.

Tenhamos um ótimo vôo ao longo da vida!!!

Publicado em Recursos Humanos | Marcado com , , , | Deixe um comentário

Vai Mudar a Nossa Vida: Nanotecnologia

Seguindo a minha pequena série de artigos sobre tendências que mudarão nossas vidas, o assunto agora é:

Nanotecnologia

Uma outra grande frente revolucionária é a nanotecnologia. Uma das áreas mais importantes da nanotecnologia é a criação de máquinas microscopicas que realizarão coisas incríveis. Trabalhos no MIT e Carnegie Mellon estão apontando para a uma revolução jamais vista. Na verdade, já vista por muitos: no cinema.

Quem já viu o Exterminador do Futuro 2 e o 3? Os robôs não-Schwarzenegger eram feitos de metal líquido. Sua matéria era inteligente e se moldava a partir do que o robô precisava. Pois então, estamos caminhando para o mesmo resultado. Estes laboratórios estão criando máquinas microscopicas com nano-computadores no seu interior que conseguem se comunicar. A idéia é que elas se juntem, se conectem, se movimentem, e se separem, de acordo com instruções externas, criando as formas e funções que quisermos. Pensem nelas como células robóticas microscópicas que sejam capazes de criar qualquer ferramenta que quisermos. Veja este vídeo abaixo para se ter uma idéia do que seremos capazes de fazer:

As repercussões do controle da matéria no nível quase que celular são inimagináveis nos tempos atuais. Imagine se tivermos a capacidade de criar o que quisermos simplesmente de uma massona de matéria (lembre-se de quando você era criança e tinha aquelas massinhas coloridas). Só que esta massa, quando virasse a forma/ferramenta que você ordenou, pudesse efetivamente funcionar.

As potenciais aplicações são muitas, e vão da medicina à produção de alimentos, da indústria à utilidades domésticas. Teremos a capacidade de transformar o mundo de uma maneira jamais vista. Também teremos a capacidade de destruí-lo da mesma maneira, mas isto já é conteúdo para outra discussão…

Publicado em Curiosidades, Tecnologia, Tendências | Marcado com , , , | Deixe um comentário

Vai Mudar a Nossa Vida: Engenharia Genética

Todo bom gestor precisa olhar para frente e tentar adivinhar o que virá no futuro. Seus negócios e sua vida pessoal invariavelmente serão afetados por isso. Oportunidades podem ser aproveitadas, e ameaças podem ser prevenidas.

Nos próximos posts eu vou escrever sobre algumas das tendências que ando acompanhando nos últimos tempos. A primeira é:

Engenharia Genética.

Craig Venter (TED) está a ponto de criar vida sintética. Em Janeiro de 2008 ele sintetizou (criou do zero) um total de 580.000 genes de uma bactéria chamada Mycoplasma genitalium. Através de tecnologia capaz de ‘escrever’ as bases ribonucléicas (A-T, C-G) que criam o DNA, ele já pode criar pedaços de cromossomos. A tecnologia atual possibilita a criação de pedaços pequenos, porém, a cada ano, ele pode criar pedaços cada vez maiores. Seu time de cientistas está agora a ponto de finalizar a criação de uma bactéria inteira, que eles inventaram, chamada de Mycoplasma laboratorium, que poderá viver e se reproduzir sozinha.

Hoje, Craig e outros cientistas já conseguem pegar pedaços prontos de cromossomos, montar um DNA customizado e dar um ‘boot’ na nova bactéria dando vida a ela. Graças ao Projeto Genoma, e aos avanços na tecnologia de seqüenciamento de DNA, existem hoje bancos de dados que fornecem informações de pedaços de DNA, especificando o que cada pedaço faz. Cientistas já podem criar vida customizada. Quer uma bactéria que sobreviva no vácuo, que se alimente de gás carbônico e que brilhe no escuro? Poderemos criar uma.

Ontem mesmo eu estava assistindo a Discovery Civilization e vi que cientistas já estão brincando com genes de aves, ligando e desligando partes desativadas de seu DNA, para recriar características de seus dinossauros ancestrais. Basicamente, estão criando aves com dentes e pele de dinossauro. Imagine uma galinha correndo atrás de você para te morder. Interessante…

O Projeto Genoma foi apenas o começo da revolução genética. A identificação da função de cada parte de um DNA, e como usá-las produtivamente, é a próxima grande revolução. O Craig Venter mesmo diz que foca o seu trabalho para a criação de bactérias que possam criar hidrogênio, células de combustíveis, que possam transformar lixo em matéria produtiva, ou que possam absorver e transformar gás carbônico (CO2) para reduzir o aquecimento global.

Eventualmente, poderemos criar grandes fábricas de bactérias que produzirão o resultado bioquímico que quisermos. Podemos já alterar o DNA de vacas leiteiras, por exemplo, para produzirem leite com uma vacina contra hepatite. Poderemos também mexer com os nossos próprios genes, curando doenças genéticas ou dando-nos características que queremos ou precisamos. E não precisará ser in vitro, antes de nascermos. Técnicas de terapia genética permitirão a alteração de DNA em organismos vivos (nós, por exemplo).

Quem sabe um dia poderemos literalmente ter asas e sair voando? Ou respirar debaixo da água? Ou Sobreviver no vácuo? Quem sabe?

Publicado em Curiosidades, Medicina, Tendências | Marcado com , , , | Deixe um comentário

Fitness Mental

Ao ler o livro de Elkhonon Goldberg, neurólogo da Universidade de Nova York, gostaria de compartilhar com vocês um resumo da matéria de Neuroplasticidade, que quebra o mito do envelhecimento cerebral, e nos alerta para uma vida cognitiva cada vez melhor e mais intensa.

As ultimam investigações cientificas demonstram que a atividade mental modifica o cérebro e nos conduz ao que conhecemos como “Sabedoria”. Estes descobrimentos se inscrevem no que se domina Neuroplasticidade.

A Neuroplasticidade é moldar a mente e o cérebro através da atividade.

“O cérebro muda de forma”, segundo as áreas que mais utilizamos, segundo a atividade mental.

Em 2000, os estudiosos da universidade de Londres, descobriram que os taxistas desta cidade tinham uma parte do cérebro, o Hipocampo – região importante para a memória espacial – particularmente desenvolvida, muito mais que o resto das pessoas. Nestes motoristas sua capacidade para memorizar ruas e rotas não minguava, mas aumentava com os anos.

Em 2002 cientistas alemães encontraram os mesmos achados na circunvolução de Heschl dos músicos, área da matéria cerebral para processar a música.

Em 2004 o Instituto de Neurologia de Londres teve os mesmos resultados, na circunvolução angular esquerda, estrutura cerebral para a linguagem das pessoas bilíngüe.

Destas experiências se puderam obter os seguintes resultados:

  • Ao longo da vida os seres humanos podem criar novos neurônios.
  • Isto se dá mediante o esforço mental.
  • Os efeitos são específicos dependendo da natureza das atividades mentais, os neurônios novos se multiplicam com especial intensidade em distintas zonas cerebrais.

Os novos neurônios vão parar nas zonas do cérebro que mais usamos. Isto é o que se denomina “Neuroplasticidade”, a atividade pode moldar a mente.

Isto demonstra a importância de manter uma atividade mental intensa, conforme avançamos na idade.

O moderno estudo da Neuroplasticidade demonstra que os cérebros das pessoas de mais idade não degeneram, mas que tem uma evolução particular, de acordo com a atividade realizada, que converte essas pessoas em gente “sábia” quando chega à velhice.

A corrente cientifica dominante respalda a afirmação de que a vida mental intensa desempenha um papel essencial no bem estar cognitivo nas etapas avançadas da vida. Seria fantástico se nossa compreensão da função da Neuroplasticidade na conservação da saúde mental desse lugar à aparição de um novo fenômeno de massas: O FITNESS MENTAL!

Publicado em Curiosidades, Medicina | Marcado com , , , , | 1 Comentário

Clientes Frustrados

Hoje eu tive uma experiência que me deixou perplexo. Com uma empresa que se mostrou radicalmente oposta à descrita no meu último artigo “Clientes e Funcionários Fanáticos”. Uma diferença abismal em respeito ao cliente.

Eu recentemente voltei de 7 anos vivendo na Austrália, e eu sabia que sentiria o choque de reentrada no Brasil, mas achei que depois de 5 meses por aqui eu já teria me acostumado.

Pois então, hoje eu fui a uma academia do Morumbi para voltar a me exercitar. Meu irmão e sua noiva tinham feito um plano anual no começo do ano, mas já sabiam que mudariam de residência para outro bairro. No ato de fechamento do contrato, eles haviam comunicado sua possível mudança e perguntaram se seria possível transferir o plano para outra pessoa. Prontamente o vendedor deixou a entender que sim, que seria extremamente fácil, que não teriam nenhum problema, e não informou sobre qualquer taxa ou restrições.

Passado meio ano, fomos eu, o meu irmão e a minha cunhada, titular do plano, para ela transferir este para mim. O primeiro empecilho foi colocado: ela só poderia transferir para familiares. Depois de uma conversa, foi entendido que eu poderia ser considerado família. Depois veio a bomba: eles queriam recalcular o valor do plano para me cobrar um adicional todo mês. Quando meu irmão e sua noiva fizeram seus planos, eles tinham barganhado e conseguido um desconto. Eu, como não estava em posição de barganha, teria que arcar com a diferença do plano padrão.

O primeiro grande problema aqui é que as informações de venda não batiam com as informações atuais. A atendente da recepção informou-nos que as regras haviam mudado e que eles só poderiam fazer deste jeito. Segundo grande problema: eles estavam mudando as regras do jogo no meio do jogo, mesmo tendo um contrato fechado anteriormente que inclui mais 6 meses futuros já pagos. Eu tentei explicar que este não era um plano novo, era um plano já fechado e já pago, mas eles tentaram botar na minha cabeça que o código do usuário iria mudar no sistema e que não poderiam botar o preço antigo.

Outra bomba: eu teria que pagar uma taxa de R$100,00 para a transferência, Além de pagar as taxas de exames, etc. Conclusão, depois de uma discussão com a atendente, ela disse que iria chamar o gerente. Um bom tempo de espera depois chega o gerente (que acabei aprendendo que era um homem que já estava na recepção resolvendo outro assunto e de ouvidos na nossa conversa). Ele veio com a mesma conversa: não posso mudar nada, o sistema não deixa, as regras internas não deixam, etc.

Confesso que a diferença de planos era pequena. Uns R$10 ou R$20 a mais por mês, mas o que me feriu não foi o dinheiro. Foi a falta de consideração e respeito que eles têm com seus clientes ou potenciais clientes. Ficou claro na minha cabeça que eles estavam querendo se aproveitar da situação e ordenhar o máximo de dinheiro, sem consideração nenhuma pela percepção ou sentimentos do cliente. Me senti uma vaca leiteira.

Bom, como bom consultor, peguei o formulário de transferência, que já estava preenchido e só faltando a minha assinatura, virei-o do avesso e coloquei os 2 cenários da situação para o gerente entender, tentando dar a ele um pouco de perspectiva.

Cenário 1: Ele me transfere o plano de graça e sem todos os empecilhos que ele estava colocando.

Resultado 1:

  • Eles não perdem dinheiro (pois o plano já tinha sido pago)
  • Eles deixam 3 clientes felizes (eu, meu irmão, e sua noiva).
  • Os 3 clientes felizes espalham a felicidade para outros potenciais clientes, melhorando a percepção da marca da academia
  • Eles potencialmente ganhariam mais clientes devido à boa imagem espalhada.
  • Eu traria minha mulher como uma nova cliente nas próximas semanas, que está louca para recomeçar a se exercitar depois de recentemente ter meu filho. (Mais R$ para eles)

Cenário 2:

  • Ele tenta cobrar suas taxas absurdas.

Resultado 2:

  • Eles não ganham um cliente (eu nunca aceitaria tal estupro)
  • Eles deixam infelizes 2 clientes atuais (meu irmão e sua noiva) e um ex-potencial cliente (eu)
  • Nós 3 espalhamos nossa infelicidade para nossos amigos e familiares (só eu tenho cerca de 25 primos diretos, e umas 50 pessoas no total de primos, tios, etc.). Amigos próximos estão na casa dos 20 ou 30, alguns deles clientes atuais da mesma academia, fora os amigos e colegas não-próximos.
  • Meu irmão e sua noiva terão que achar uma outra academia da mesma marca perto do local que irão morar, e se não achar vão perder 6 meses de plano.
  • Eles certamente não renovarão seus planos (estão infelizes)
  • A academia, e a sua rede de filiais, efetivamente perdem clientes e receita futura numa escala muito maior do que clientes felizes os trazem.

Eu literalmente coloquei estes 2 cenários na folha de papel na frente do gerente. Dividi a folha A4 em dois e fui botando os bullet points. O gerente concordou com minha análise, e até disse que como fui aluno na ano passado, eu opcionalmente não teria que realizar o exame de condicionamento físico. Mas ele não cedeu chão na diferença mensal e nos outros absurdos. Ele continuou afirmando que não podia fazer diferente dos processos internos que estavam definidos.

Grande escolha! Os resultados do cenário 2 vão se realizar. Não me admiro que 2 primos meus, que eram clientes deles, saíram. Eles me contaram da mesma inflexibilidade e que também ficaram inconformados com a atitude da academia e com o pouco de respeito e valor que eles dão aos seus clientes.

Se fosse na Austrália esta academia não duraria 2 meses. Mas aqui no Brasil, o consumidor Brasileiro ainda está acostumado a ser extorquido pelas empresas em geral, e ainda não se revolta pela (falta de) ‘qualidade de serviço’ e ‘respeito’ que tanto o governo quanto empresas privadas provêem. Talvez este tipo de atitude se perpetue sem sérias consequencias por mais alguns anos por aqui.

Às vezes me pergunto por que voltei a este país. Mas a resposta sempre vem rápida: pelas inúmeras oportunidades de concertar este tipo de absurdo. Fico imaginando o impacto que uma empresa como a Zappos, que realmente respeita o cliente, teria por aqui…

Publicado em Marketing, Serviço | Marcado com , , , , | 8 Comentários

Clientes e Funcionários Fanáticos

Nestas últimas semanas li bastante sobre a compra de uma varejista pontocom chamada Zappos pela grande Amazon. Mas o que isso importa para nós brasileiros? Eu confesso que também nunca tinha ouvido falar sobre esta tal de Zappos. Mas a quantidade de posts em blogs importantes me chamou a atenção.

Procurei saber mais sobre esta empresa e o que faz dela tão preciosa. Encontrei uma jóia rara! Uma verdadeira empresa da Geração M.

Aparentemente esta Zappos cresceu muito nos últimos anos, mas ela se caracteriza por uma gestão bastante diferente do que vemos nas empresas brasileiras. Seu CEO, de apenas 35 anos e recentemente elevado a uma posição de superstar, criou uma empresa que possui uma cultura ímpar. Ele é obcecado em fazer seus clientes e funcionários felizes. E, pela minha pequena pesquisa, pude confirmar que eles não são apenas felizes, mas são fanáticos pela empresa.

Todo bom gestor quer fazer de seus clientes e funcionários fanáticos pela empresa, mas poucos conseguem.  Como este cara conseguiu? A grande resposta é:

Ter valores fortes, empolgantes e ser obcecado por eles. É isto que faz a cultura de uma organização forte. Dê uma olhada nos 10 valores-chave da Zappos:

  1. Promover um “UAU!” através de Serviço
  2. Abraçar e Desenvolver Mudanças
  3. Criar Diversão e um pouco de Esquisitice
  4. Ser Aventureiro, Criativo, e ter Cabeça Aberta
  5. Procurar Crescer e Aprender
  6. Criar Relacionamentos Abertos e Honestos através da Comunicação
  7. Criar um Espírito de Equipe e Família
  8. Fazer Mais com Menos
  9. Ser Apaixonado e Determinado
  10. Ser Humilde

A grande diferença entre empresas como a Zappos e outras empresas, que também tem seus valores escritos em algum lugar, é como elas encaram esta lista. Ela é coisa séria para todos os dirigentes e funcionários da Zappos. Veja alguns exemplos de como eles põe isto em prática.

Zappos_LogoA Zappos basicamente vende sapatos, roupas e acessórios online, e entrega para todo o território dos EUA. Eles prometem entrega em 4 ou 5 dias. Porém, eles fazem tudo para a compra chegar no dia seguinte ao cliente. Seu armazém roda 24 horas e é posicionado do lado de uma UPS (empresa de entregas tipo FEDEX). O modo mais eficiente de se operar um armazém é esperar o número de pedidos chegar a um nível ótimo para depois acionar a operação de pegar/enviar. Mas para eles a satisfação do cliente é mais importante que a eficiência no armazém. Por isso eles rodam 24h sem parar. Já falei que eles não cobram frete para entrega dos pedidos? E também não cobram para devolução.

Ao contrário de qualquer pontocom, a Zappos quer que seus clientes peguem o telefone e liguem para ela. Ela põe o seu número ‘1800’ em todas as páginas do seu site. Eles querem aumentar todas as possibilidades de contato e comunicação com o cliente. Quanto mais contato, mas oportunidade para fidelizá-lo.

Os funcionários do Call Center (ou Customer Loyalty Team – time de fidelização do cliente) não têm script, não tem limite de tempo para ficar com o cliente ao telefone, nem são avaliados quanto ao número de atendimentos/hora. Eles também são instruídos a não empurrar produtos e não forçar maximização de receita por pedido. Eles são instruídos a seguir a lista de 10 valores e ser natural ao telefone. (que diferença da empresa de telefonia celular que eu uso…).

Existem inúmeras histórias na internet sobre clientes surpresos (UAUs) com a Zappos. Encontrei muitos casos de clientes que compraram produtos às 22:00 de um dia, por exemplo, e receberam o produto na manhã do dia seguinte. Outro exemplo, mais específico de um UAU!, é a de uma cliente que retornou uma carteira comprada no site com US$ 150 dentro. O funcionário do armazém enviou no dia seguinte uma carta da Zappos agradecendo pela devolução do produto e mais todo o seu dinheiro de volta. Ainda outro exemplo é o de uma mulher que comprou 7 sapatos para alegrar sua mãe que estava muito doente, mas a mãe morreu no dia seguinte. Ela retornou todos os sapatos e comentou que sua mãe havia falecido. No dia seguinte ela recebeu não só o pegador da UPS, de graça para a devolução dos produtos, mas também flores que o atendente do Call Center havia lhe enviado.

Estes atos dos colaboradores não estão em scripts ou em normas formais da empresa. Eles são naturais e nascem da cultura em que eles estão inseridos. Para o consumidor, este tipo de experiência não tem preço e serviço assim cria não só consumidores fiéis, mas também vendedores fanáticos pela sua marca.

Para manter a cultura neste nível, a empresa deve ter cuidados extra-especiais. A admissão de todos os funcionários tem 2 grandes fases. A primeira, mais comum, avalia o candidato frente aos requisitos técnicos do cargo por meio de análise de currículos, testes e junto ao seu futuro chefe e colegas. Mas a segunda fase, feita pela área de RH, avalia precisamente se a personalidade do candidato se encaixa na cultura da organização. Muitas vezes um ótimo candidato não é contratado devido à sua disparidade frente cultura da empresa.

Todos os novos funcionários, do diretor ao atendente do Call Center, passam pelas mesmas 4 semanas de treinamento antes de começarem seu trabalho. Todos, sem exceção, trabalham no Call Center, no armazém e nas outras áreas-chave da empresa para assimilarem a sua cultura (e para serem avaliados se se encaixam nela). Com aproximadamente 1 semana de treinamento, a Zappos oferece à eles US$ 1,000 para se demitirem, se quiserem. Aproximadamente 10% aceitam a oferta e saem fora (pouco no meu ver). Isso faz com que os candidatos menos alinhados com a cultura saiam antes de causar estragos.

Os programas de treinamento internos são muitos e constantes. Existe também uma biblioteca que o próprio CEO montou para os colaboradores.

O resultado é uma massa de colaboradores bastante alinhados com os valores da empresa e felizes de estar trabalhando nela. Muitos dos colaboradores têm seus blogs na página da Zappos e usam o Twitter para se expressar e aumentar o contato com os clientes. Os blogs da empresa realmente são bastante ativos e assistindo a alguns deles fica fácil observar o clima leve e descontraído de trabalho. Os funcionários não param de demonstrar que adoram ir trabalhar.

Recomendo a vocês que sabem inglês a assistirem o vídeo de uma palestra do Tony Hsieh, CEO da Zappos, e a perceberem como este cara encara sua organização. Ele não está preocupado em maximizar seus lucros em curto prazo. Ele realmente quer maximizar a felicidade de seus funcionários e clientes para garantir um relacionamento forte e de longo prazo.

Este cara deve dormir feliz e com a consciência leve.

Publicado em Marketing, Missão, Visão, Valores, Recursos Humanos, Serviço | Marcado com , , , , | 1 Comentário

O Manifesto da Geração ‘M’

Caros leitores,

Li recentemente um artigo que despertou diversas emoções dentro de mim. Sentimentos que tenho guardado junto aos meus valores pessoais e que de vez em quando, nesta correria do dia a dia, devemos sempre relembrar.

Já quero dizer de antemão que não concordo 100% com alguns detalhes do artigo, e vou por meus comentários depois da tradução abaixo, mas a idéia e valores apresentados refletem bastante meus sentimentos. Segue minha tradução abaixo:

Título do artigo: “O Manifesto da Geração M”

Original em inglês: The Generation M Manifesto, de Umair Haque, publicado no seu blog no site da Harvard Business Review.

Tradução: >>

Caros senhores velhos que mandam no mundo,

Minha geração quer se separar de vocês.

Todo dia eu vejo uma diferença crescente em como vocês e como nós encaramos o mundo – e o que nós queremos dele. Eu acho que temos diferenças inconciliáveis.

Vocês querem corporações grandes, gordas e preguiçosas. Nós queremos negócios pequenos, ágeis e responsivos.

Vocês deram um significado sujo à palavra ‘política’. Nós queremos democracia verdadeira, transparente e profunda, em todo lugar.

Vocês querem um fundamentalismo financeiro. Nós queremos uma economia que faça sentido para pessoas comuns, não apenas aos bancos.

Vocês querem valor ao acionista, criado por CEOs durões. Nós queremos valor real, criado por pessoas com caráter, dignidade e coragem.

Vocês querem uma ‘mão invisível’ – e veio a mão digital. Hoje, a grande maioria das transações no mercado é feita literalmente ‘roboticamente’.Nós queremos um aperto de mão visível: para confiar e ser confiado.

Vocês querem crescimento – rápido. Nós queremos calma, para que possamos ser melhores.

Vocês não se importam com quais comunidades são destruídas, ou que vidas são arruinadas. Nós queremos que a maré suba, erguendo todos os barcos.

Vocês querem uma vida de rei: mansões, carrões e especiarias caras na mesa. Nós queremos humanizar a vida.

Vocês querem condomínios fechados, segregação, portões separatistas. Nós queremos uma sociedade humanizada, baseada em comunidades autênticas.

Vocês querem mais dinheiro, crédito, alavancagem – para consumir ferozmente. Nós queremos ser grandiosos em realizar ações que façam a diferença.

Vocês sacrificaram o que é realmente significante por bens materiais: vocês trocaram exatamente as coisas que nos fazem grandiosos por bijuterias, bugigangas, gadgetsNós não estamos à venda: nós estamos reaprendendo a fazer o significante, a fazer a diferença.

Está acontecendo uma movimentação tectônica mudando os ambientes sociais, políticos e econômicos. Os últimos dois pontos acima são os que expressam isso mais concisamente. Eu odeio rótulos, mas vou colocar um, mesmo imperfeito e falho: “Geração M”.

O que significa este ‘M’ em Geração M? Primeiramente, significa Movimento. É um pouco sobre idade, mas mais apropriadamente sobre um número crescente de pessoas que estão agindo de modo diferente. Estão realizando ações que realmente importam. (doing meaninful stuff that matters the most). Estes são o segundo, terceiro e quarto ‘M’s.

A Geração M idealiza o entusiasmo, responsabilidade, autenticidade, e o desafio do status-quo de ontem. Para onde quer que eu olhe, eu vejo uma explosão de negócios, ONGs, comunidades open-source, iniciativas locais, governos, baseados na Geração M. Obama, mais ou menos. Larry Page Sergey Brin (os fundadores do Google). Os ThreadlessEtsy, e o pessoal do FlickrEv, Biz e o pessoal do Twitter. Tehran 2.0. O pessoal do KivaTalking Points Memo, e FindtheFarmerShigeru MiyamotoSteve JobsMuhammad Yunus, e Jeff Sachs são como os vovôs da Geração M. Existem muitos mais de onde vieram estes.

A Geração M não é apenas ‘legal pra caramba’ – é vitalmente necessária. Se você acha que os ‘M’s soam idealistas, pense de novo.

A grande crise não está indo embora, movendo-se ou sofrendo nenhuma mutação. É a mesma velha crise – e está crescendo.

Vocês fracassaram em reconhecê-la pelo que ela realmente é. Ela está, como eu repetidamente já apontei, nas nossas instituições: são as regras pelas quais nossa economia está organizada.

Mas estas são as suas instituições, não nossas. Vocês as construíram – e elas são quebradas. Veja um exemplo do que eu estou falando:

“… por exemplo, a indústria automobilística cortou tanto a produção que os estoques começaram a diminuir – mesmo face à demanda historicamente fraca por automóveis. Na medida em que a economia se estabiliza, somente o fato de se reduzir o passo desta diminuição de estoque acarretará no aquecimento do produto interno bruto, o PIB, que é a produção total de bens e serviços da nação.”

Limpar o excesso de estoque de SUVs, produzidos com tecnologia de 30 anos atrás, vai aquecer o nosso PIB? E daí? Não poderia existir um exemplo mais claro de que o PIB é um conceito falho, uma instituição obsoleta. Nós não queremos mais iates entupindo nossas ruas: nós queremos uma indústria automobilística do século 21.

Eu estava (meio que) brincando quanto à nossa separação. Mas aqui está o que eu acho: cada geração tem um desafio, e eu acredito que a nossa é: pagar pelos erros da depravação passada – e criar uma prosperidade compartilhada, autêntica e sustentável.

Qualquer um, velho ou novo, pode fazer sua parte. Fazer parte da Geração M é mais relacionado com o que você faz do que quem é você ouquando você nasceu. Então a questão é: você ainda pertence ao século 20 – ou ao 21?

Abraços,

Umair e o Edge Economy Community

<<  Fim da tradução.

Imagino que a primeira reação de pessoas mais vividas à este texto será a de dizer: “jovens…, acreditam que são os primeiros que pensaram em mudar o mundo…

climate-change

Primeiramente, gostaria de comentar que acredito que cada geração tem como desafio consertar os erros, e construir em cima, da geração passada. Isto foi o que aconteceu com nossos pais e os pais dos nossos pais, e o que acontecerá com nossos filhos e os filhos dos nossos filhos.

Em segundo lugar, concordo com o fato deste rótulo de “Geração” ser um rótulo um pouco limitante de mais. Acredito que existam pessoas de diversas idades e caminhos da vida que se encaixam como os ‘M’s deste artigo. Mas também reconheço que estes valores possam ser mais acentuados em pessoas das novas gerações. Elas cresceram ou estão crescendo mais cientes das mudanças climáticas atuais, assistindo a manobras políticas cada vez mais descaradas e evidentes, entendendo os efeitos da concentração de riqueza e da falta de educação popular, e crescendo com maiores valores humanitários e sociais.

Ao ler este artigo, inicialmente fiquei com alguns conflitos internos, mas mesmo assim me identifiquei muito com seus valores.

Eu estava namorando uma SUV para comprar, pois acabei de ter um filho e meu carro atual não leva nem metade da infra de suporte ao meu pequeno. Mas entendo a gravidade da situação climática e do caos nas nossas cidades. Claro que não estava pensando em comprar uma dessas SUVs americanas de 8 cilindros, 3Km/l. Minha consciência já estava focada numa Honda CRV, dessas japonesas, um pouco mais eficientes. Mas se já estivesse disponível, gostaria de poder comprar uma CRV Híbrida ou Elétrica. Ficaria com o melhor dos 2 mundos…

Cresci e fui educado com ambição e querendo coisas boas. Porém, meus pais também me atribuíram com um ótimo senso de respeito ao próximo e à natureza. Seriam estes valores conflitantes? Talvez não. Posso ser ambicioso a realizar grandes mudanças positivas à sociedade, elevando a maré para que todos os barcos subam, e colher meus frutos, podendo comprar minha SUV elétrica para levar meu filho para brincar na praia ou conhecer o campo.

Será que isto é querer muito? Será que é só meu sonho? Vocês são M’s também?

Bom, pelo menos a maioria das pessoas poderia seguir, no mínimo, o grande moto do Google: Don’t be Evil! (não seja malvado)

Publicado em Missão, Visão, Valores, Recursos Humanos, Sustentabilidade, Tendências | Marcado com , , | 1 Comentário

Vamos Todos Virar Lagartixas.

Saindo um pouco da área de administração de empresas, achei esta reportagem de medicina na internet que vale a pena comentar.

Quem não se lembra de ter ficado perplexo em saber quando criança que quando um rabo de lagartixa cai, cresce um novinho em folha depois de alguns dias? Eu me lembro. Foi minha desculpa mais esfarrapada para “amputar” umas 100 lagartixas com minha então novíssima zarabatana profissional. Não sei o que deu na cabeça do meu pai em deixar eu comprar uma destas…

Mas voltando à reportagem, cientistas americanos já desenvolveram uma substância que vai nos tornar como as lagartixas. Não no sentido de crescer rabos, mas sim no sentido de regenerar membros e órgãos amputados ou danificados.

A reportagem mostra um senhor que teve a ponta do seu dedo amputada. O irmão dele, um dos cientistas envolvidos na pesquisa, enviou um pó para ele e pediu que ele cobrisse a ponta amputada do dedo com o pó todos os dias. Resultado: um dedo novo cresceu de novo, perfeito, com carne, pele, veias, nervos e até unha, em 4 semanas, como o rabo da lagartixa.

Quem souber inglês vale a pena assistir o vídeo da reportagem da CBS. Para isto, clique na imagem abaixo:

Link para o video na CBS
Link para o video na CBS

A substância indicada, que é desenvolvida a partir de bexigas de porcos, se chama “extracellular matrix” (matriz extra-celular). É um composto de proteínas e tecido de conexão (connective tissue) que estimula nossos próprios tecidos a se regenerarem. Aparentemente esta substância tem a propriedade de estimular as próprias células locais a se reproduzir ordenadamente.

A reportagem não é tão nova, é de fevereiro de 2008, mas já nesta época alguns centros de pesquisa nos EUA estavam usando técnicas similares para replicar órgãos humanos fora do corpo de pacientes que necessitavam de transplante. A grande vantagem é que estes órgãos são criados a partir do próprio receptor e são 100% compatíveis, sem possibilidade de rejeição.

Em outros casos mencionados na reportagem, cientistas moldavam a substância em formatos apropriados e a inseriam, dentro do corpo de pacientes com problemas cardíacos ou arteriais para que estes próprios órgãos se regenerassem após infartos ou lesões graves.

Aparentemente os cientistas ainda não tentaram ou não conseguiram regenerar membros grandes inteiros, como uma perna ou braço, mas eles indicaram que em teoria é possível.

Essa área da medicina é chamada de Medicina Regenerativa e é considerada o “cálice sagrado” da medicina. O mais impressionante é que isto não é o futuro, isto já está acontecendo agora.

Caiu o dedo? Não tem problema, joga o pó que cresce de novo.

Teve um infarto? Também não tem problema. Manda fazer uma réplica novinha do seu próprio coração e troca o velho pelo novo…

Para quem quiser ler o texto da reportagem original (em inglês), o link está aqui: http://www.cbsnews.com/stories/2008/03/22/sunday/main3960219.shtml

Publicado em Curiosidades, Medicina, Tendências | Marcado com , , | Deixe um comentário